A primeira temporada de Narcos, série original da Netflix, retrata o início e a expansão do império de Pablo Escobar (Wagner Moura) no mundo do tráfico de drogas. Baseados em fatos reais, os 10 episódios apresentam uma conjuntura de fatores que impactaram desde bairros humildes da pequena Medellín, na Colômbia, às grandes potências mundiais. Tudo isso graças à ousadia e coragem de “Pablito”, como era conhecido Escobar entre os mais íntimos.
O químico chileno Barata não imaginava que, ao apresentar o seu produto — cocaína — a Pablo Escobar e seu primo Gustavo Gaviria (Juan Pablo), formaria um dos maiores traficantes do mundo. Visionários e empolgados com a grande margem de lucro, ambos começaram a recrutar pessoas para produzirem a droga em larga escola e distribuí-la. Em pouco tempo foi formado o Cartel de Medellín, comandado pelo chefe Escobar.
O que chama atenção em Narcos é a grande ambição e estratégia que Pablo tinha. Uma pessoa iniciante provavelmente não iria se expor a tanto risco como ele fez. Em pouco tempo, descobriu o mercado americano e passou a exportar toneladas de ilícitos, o que logicamente chamou a atenção das autoridades.
Ao entrarem em cena para investigar o caso junto com a polícia colombiana, os agentes do DEA (Departamento de Tráfico de Drogas da polícia americana), Javier Penã (Pedro Pascal) e Steve Murphy (Boyd Holdbrook) tornam-se peças-chave na trama. O que eles não esperavam é que, antes mesmo de sair do avião, os traficantes já sabiam quem eram eles, comprovando o poder de influência que o cartel tinha dentro do governo e a dificuldade que os policiais encontrariam pela frente.
É possível notar também a grande fidelidade e admiração da população por Pablo e seu Cartel. Enquanto o governo prestava um serviço de péssima qualidade, eles criavam benefícios em prol da sociedade, suprindo o papel do Estado na vida das pessoas. Pablo, mesmo com seu tom de crueldade, apresenta, em certos momentos, seu lado mais carinhoso ao cuidar dos seus filhos, sempre almoçar com a família e se preocupar com os problemas e pessoas do bairro em que nasceu.
Uma das características do Pablo é a ousadia, e foi com esse atributo que ele se lançou na política e chegou até a frequentar o congresso, contudo seu tempo não durou muito e logo começou a ser perseguido. No momento crucial da primeira temporada de Narcos, César Gaviria (Raúl Méndez) é eleito como Presidente da Colômbia, antinarcotraficante e a favor da extradição de pessoas que traficavam. Por aí já se percebe que ele não gostava muito do Pablo. E foi essa oposição que fez eclodir uma guerra interna no país.
Com toda essa problemática, Carrillo (Maurice Compte), comandante da polícia, ganha notoriedade pelo grande desejo de capturar e destruir os negócios da pessoa mais procurada na Colômbia naquele momento — Pablo — e mobiliza seus homens nessa busca, que contém muita estratégia e adrenalina. A trilha sonora fica por conta dos inúmeros tiros de metralhadoras no combate. Por se tratar de uma série baseada em acontecimentos reais, chega a ser impressionante acreditar que certos ataques de fato aconteceram devido a sua magnitude. Cenas com fotos e vídeos reais são exibidas dentro dos episódios. Fiquei surpreso com a quantidade de pessoas mortas e a grande tensão envolvida. Eu não queria estar em Medellín durante a década de 1980.
O destaque da primeira temporada de Narcos fica com Wagner Moura, que interpreta Escobar. O ator superou com tranquilidade a barreira do idioma espanhol, fato que o ajudou bastante a incorporar uma pessoa real e com grande significado (sim, do primeiro ao décimo episódio, agiu como um traficante colombiano) e visivelmente se firma como o melhor ator da temporada, fazendo grandes atuações. Somado a isso, a combinação de cenas gravadas na própria Medellín, com conversas típicas, mais o humor e a precisão histórica-política trazidas na telinha, compõem uma experiência imersiva que, em alguns momentos, fazem viajar para aquela época.
Algumas cenas curtas para mim são dispensáveis, pois, apesar de trazer a realidade daquele momento, são pouco agregadoras. Além disso, poucas são as trilhas sonoras apresentadas durante os episódios. A música de abertura (Tuyo, de Rodrigo Amarante), contudo, se encarrega de ficar na cabeça do telespectador, trazendo uma letra e melodia muito alinhadas com a proposta da série. Um fator nada relevante no desenrolar da trama, mas que achei bem ruim, são as vestimentas dos personagens. As roupas de fato representam a moda dos anos 1980-90, mas poderiam ter uma melhora para exibição na série.
Por fim, os episódios finais — muito bem produzidos — instigam a continuar assistindo à próxima temporada de Narcos, devido às grandes reviravoltas que foram feitas em um curto espaço de tempo. As atuações dos demais atores não são das melhores que você já viu, mas o enredo e desfechos apresentados podem te surpreender. Se você é fã de filmes e séries policiais que envolvem investigações, existe uma chance muito grande de você assistir em um final de semana a essa temporada. Por esses motivos, a série fica com meus 4 monstrinhos.
Mais sobre SÉRIES
Puxadinho Cast #110 | One Piece (Netflix)
A Netflix finalmente lançou a adaptação em live action de One Piece. Em meio a desconfianças, a série conseguiu superar …
Puxadinho Cast #108 | BBN Especial: Indicados Emmy 2023
Neste Beyblade News especial, nós comentamos os indicados do Emmy 2023 e quais são nossas expectativas para essa premiação. Dá …