Como um fanático por filmes e jogos de terror, resolvi assistir A Freira com expectativas no alto, mesmo já tendo escutado diversas opiniões afirmando que o filme não estava tão bom ou no nível de sua saga. Para minha surpresa descobri que, na verdade, o filme não era aquilo que estavam falando, conseguia ser pior.
Dando uma breve introduzida para aqueles que não estão tão por dentro do assunto, A Freira é mais um filme spin-off do “universo expandido” de Invocação do Mal que busca se aprofundar mais em algumas histórias ou entidades que são abordadas com mais detalhes, assim como ocorreu em Anabelle, filme de 2014. Dessa vez o filme traz o foco para o demônio que conhecemos em Invocação do Mal 2, Valak.
[Possíveis spoilers abaixo]
Nos primeiros minutos de filme, ele busca já criar um clima de tensão, apresentando um tipo de prólogo à história que será abordada e demonstrando um pouco do ambiente onde o filme se passará. Aqui, inclusive, fica um dos maiores elogios: a ambientação do filme e seus efeitos demonstram o grande potencial da produtora, porém, infelizmente, é nesse início que conseguimos sentir que alguns dos pontos pelos quais a saga ficou conhecida começam a ser abandonados. Alguns sustos são vazios e o abuso de jumpscares é uma marca tanto nesse momento, quanto no restante do filme. Chegamos a sentir falta da atmosfera de tensão que era constantemente gerada nos outros filmes, marca pelo qual ficaram tão conhecidos.
Em relação aos protagonistas, temos o Padre Burke, responsável por investigar fenômenos incomuns da igreja, a Noviça Irene, que deixa claro ainda ter algumas relutâncias referentes a sua vida consagrada como freira, algo que fica mais explícito por ela ainda não ter feito seus votos, e Franchie, um entregador que serve como um pseudo-herói, introdutor da história e também alivio cômico. Não me leve a mal, o trio se relaciona bem no filme, mas deixa muito a desejar para um filme de terror, que aparenta muito mais ser um filme de aventura em busca de derrotar um monstro no final. Até as pequenas piadas feitas dão essa ideia. Já quanto ao passado dos personagens, nesse caso apenas as histórias de Padre Burke e de Irene são exploradas e ainda assim apenas no que convém para o desenvolvimento do filme, deixando um sentimento de vazio e falta de maior empatia e ligação com os protagonistas.
Abordando um pouco mais da história, como disse, Franchie é o conector da história, sem dar muitos spoilers, ele é um entregador responsável por entregar os mantimentos em uma Abadia próxima à vila. Em uma de suas entregas, ele encontra o corpo de uma freira que havia se suicidado, e é justamente esse suicídio que chama a atenção do Vaticano e, consequentemente, gera o desenrolar do restante do filme, onde Padre Burke e a Noviça Irene são incumbidos de averiguar o caso e verificar se o local continua sendo um ambiente sagrado. Entretanto, ao chegarem lá fica claro que um mal muito mais perigoso permeia o local.
Alguns outros defeitos que ficam explícitos no filme são as piadas que acabam sendo forçadas demais e desnecessárias. Um exemplo disso, se encontra logo no início, com uma cena clássica de filmes de comédia pastelão envolvendo as malas dos protagonistas e seu transporte (caso você assista, com certeza saberá do que estou falando). Sou até mais audacioso e digo que o próprio Franchie é desnecessário, tendo sua principal importância apenas na cena responsável pela conexão do filme com o universo, algo que poderia ser facilmente substituído por Irene sendo possuída em seu lugar (falei que acabaria dando spoilers). Além disso, em diversos momentos o filme aparentava ser de zumbis, com direito a escopeta rústica, momentos de heroísmo e investidas no melhor estilo Resident Evil.
Por fim, apesar de tudo, A Freira não é de todo ruim. Tenho muita dificuldade em me assustar em filmes de terror, o que faz com que minhas expectativas sempre estejam acima para quaisquer lançamentos. O filme é capaz de gerar bons sustos principalmente para aqueles que se assustam mais facilmente ou acabam sendo pegos desprevenidos, porém, se este não for o seu caso, chega a ser enfadonho para pessoas mais acostumadas com o gênero, como foi o meu caso e de Herder que também era um dos espectadores. Recomendo o filme principalmente caso seu desejo seja ampliar seus conhecimentos referentes à saga Invocação do Mal, porém, nada mais do que isso. Enfim, esperamos que nos próximos a produtora volte a seguir sua fórmula básica e nos entregue novamente histórias profundas e atmosferas mais assustadoras.
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