A segunda parte da história épica criada por Frank Miller continua três meses após o final da parte I. Porém, dessa vez, Gotham começa sendo retratada como uma cidade tomada, não por membros dos mutantes, mas por um grupo de justiceiros autodenominados “Filhos do Batman”, inspirados pela vitória do vigilante de Gotham sobre o líder dos mutantes. Entretanto, nada disso reduz os problemas do homem morcego, já que, além de antigos vilões, velhos companheiros virão para combatê-lo! Tudo isso em meio à Guerra Fria (época em que a primeira minissérie da HQ foi lançada), o que torna tudo ainda mais complicado e resulta numa trama que vai muito além do que se imaginava.
[Possíveis spoilers abaixo]
Recordo-me que, quando terminei de assistir à primeira parte da história, fiquei tão empolgado em assistir à segunda que não esperei muito para fazê-lo, como se a Parte I, mesmo sendo tão boa, fosse apenas um prólogo de algo ainda maior que estava por vir, felizmente estava certo.
As consequências da derrota dos mutantes pelo Batman resultaram não apenas em mudanças para Gotham, mas em todas as discussões em torno do Batman, além de toda a atenção que o homem morcego atraiu da Casa Branca, de forma que o Presidente convocasse até mesmo o Superman para impedir as ações do Batman, em um contexto semelhante ao utilizado por Batman v Superman: A Origem da Justiça.
Todo um clima de tensão é criado em torno do conflito entre o escoteiro de Krypton e o morcego de Gotham, ao mesmo tempo em que uma Guerra Nuclear se torna cada vez mais iminente e o Coringa retorna de forma ainda mais cruel, assim como os personagens apresentados na Parte I, o que mantém a coerência entre as partes da história.
As cenas de ação continuam muito bem-feitas, inclusive as do climáx dessa parte, que, a propósito, são muito mais críveis que as presentes em Batman v Superman. A trilha sonora continua a mesma de anteriormente, composta por Christopher Drake, que traz o sentimento de urgência e perigo que os acontecimentos requerem, tornando certos momentos ainda mais épicos.
Na verdade, do ponto de vista técnico da animação, não há do que reclamar, porém certas atitudes dos personagens ficam sem justificativa, como a motivação do Coringa em estimular uma Guerra Nuclear e a verdade por trás do que aconteceu com outros heróis, como o Arqueiro Verde. Entretanto, não acho que havia muito a se fazer para trazer essas respostas e manter a animação fiel às HQs, até porque muitas das respostas que procuramos se encontram na Parte III da HQ (lançada em 2016).
Em resumo, Batman: O Cavaleiro das Trevas (Parte II) faz jus ao que é retratado na HQ, possui ótimas qualidades técnicas (característica marcante das animações da DC), entrega uma história com um desfecho mais surpreendente que a Parte I, mas “peca” por prestigiar apenas os leitores das HQs, não apresentando as respostas que o público, em geral, gostaria.
Mais sobre FILME
Puxadinho Cast #106 | Netflix TUDUM 2023
O TUDUM é o evento realizado pela Netflix para anunciar seus grandes lançamentos, trazer artistas para ter contato com o …
Opinião Sincera | A Pequena Sereia (2023)
Após muitas expectativas, finalmente, em maio de 2023, foi lançada a adaptação para live action de A Pequena Sereia (The …