Você pode não gostar dos seus filmes, mas Quentin Tarantino é sem sombra de dúvidas um dos diretores mais corajosos e originais da atualidade, e não poderia ser diferente no seu 9º filme. O filme conta com um elenco estrelado, com nomes como: Leonardo Di Caprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Dakota Fanning, Luke Perry, Al Pacino, Damian Lewis, entre outros, e isso faz todo o sentido, pois é um filme de Hollywood sobre Hollywood, e falo que Tarantino é corajoso justamente porque usa grandes astros para falar sobre a frugalidade deles mesmos. Coisa que só Tarantino pode fazer.
O filme conta a história de Rick Dalton (Leonardo Di Caprio) um ator em decadência, e Cliff Booth, seu dublê. O filme explora todo o drama de um artista que está tentando se encontrar e provar que ainda é capaz. Entre dramas existenciais, álcool e muito cigarro (lembrando que estamos nos anos 60), a trama se desenrola.
Como é de praxe nos filmes de Tarantino, o filme é recheado de referências, tanto a própria obra do diretor, quanto a detalhes da época. Mas há um elemento que é mais que uma referência à vida real: Charles Manson. Se você não o conhece, abra agora o Google e pesquise um pouco sobre a história dele, pois você só vai conseguir entender toda a construção da tensão caso conheça a história desse psicopata. Na vida real, Charles Mason fundou uma seita que, entre elementos ocultistas, pregava o ódio a Hollywood principalmente porque muitos dos seus integrantes eram hippies. Esse “culto” ficou muito famoso pelo assassinato da atriz Sharon Tate, interpretada por Margot Robbie no filme (que consegue traduzir muito bem as inseguranças de uma atriz em busca de aprovação). Se você não conhece essa história previamente, não vai captar toda a construção narrativa planejada pelo diretor. Afinal, quando você identifica o Charles Manson e tem noção da história real, isso cria uma tensão à espera do grande acontecimento. Mas Tarantino sempre te surpreende.
Esse com certeza é um filme muito marcante no que se refere a violência, mas não pelo seu excesso, mas por falta dela, afinal é um filme de Tarantino, e o sangue é uma marca registrada sua. Outro ponto que chama a atenção é que, pela primeira vez, senti que o elenco, e não o roteiro do Quentin, se sobressaiu. Di Caprio mais uma vez foi magistral, e sua interpretação, ao contrário de outros filmes do diretor, foi o que se sobressaiu. A primeira coisa que te vem à cabeça é: “O Di Caprio é incrível”. Ao contrário de outros filmes de Tarantino onde a primeira coisa que você pensa é: “Que diálogo bem construído”.
De forma geral, o filme definitivamente não é clichê, um exemplo é que alguns amigos que assistiram comigo, a todo momento, tentavam prever as cenas, porque pareciam obvias, mas aí vem Tarantino e quebra totalmente qualquer previsão. Once Upon a Time in Hollywood talvez não seja o melhor filme de Tarantino, mas com certeza é um dos mais diferentes quanto à construção dos personagens e da trama em si. É o tipo de filme que te faz querer assistir toda a filmografia do diretor, pois, ao final, fica um gostinho de quero mais, porque é diferente de tudo que Hollywood faz atualmente. Definitivamente Tarantino é único.
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