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Barfi! é um filme indiano lançado em 2012. Ao longo de suas 2 horas e 23 minutos, conhecemos a cidade de Darjeeling no Himalaia Oriental, onde vive Murphy, um rapaz que nasce com problemas auditivos e como consequência também não fala. Uma das poucas coisas que ele fala é seu nome, que pronuncia como Barfi. O personagem se apaixona por Shruti, que, apesar de corresponder, acaba cedendo à pressão dos pais para se casar com alguém que seja considerado “normal”. Para piorar ainda mais a situação, para pagar uma cirurgia de seu pai, Barfi resolve sequestrar sua amiga de infância Jhimil, que é uma pessoa no espectro autista, para obter o dinheiro do resgate.
Barfi! chegou a ser selecionado como representante da Índia para Melhor Filme Estrangeiro na edição de 2013 do Oscar, mas infelizmente não chegou à disputa final. Mesmo esnobado pela Academia do Oscar, esse filme não perde o brilho. As referências praticamente diretas aos filmes do lendário Charlie Chaplin conseguem fazer rir praticamente sem perceber, com um humor inocente e bem nostálgico.
O filme retrata de forma bastante sensível a deficiência dos personagens Barfi e Jhimil, sem qualquer apelação. Falando em Jhimil, vamos falar de Priyanka Chopra Jonas: esta mulher estava esplendorosa. Sem dúvida essa é a maior personagem de sua carreira, e inclusive é lembrada com muito carinho por ela. É impossível não se comover com o olhar doce e carente e a linguagem corporal de Jhimil, a sinergia entre Priyanka e o ator Ranbir Kapoor (Barfi) transborda inocência e genuinidade e faz qualquer coração de pedra torcer para os dois.
Como em qualquer filme indiano, a trilha sonora é muito importante para complementar o enredo dos personagens, e isso ganha um peso muito maior quando o personagem principal não consegue se comunicar da forma tradicional. As canções de Barfi são um poço de sutileza e beleza e a trilha se encaixa de forma praticamente perfeita com filme, com melodias que permitem decifrar o humor e até os sentimentos dos personagens.
O roteiro não segue uma linha do tempo linear e vemos a vida dos personagens principais em 4 linhas temporais diferentes ao longo do filme. Isso não chegou a me incomodar, já que o cinema indiano adora narrativas não lineares, mas pode gerar uma grande sensação de confusão nos espectadores que não estão acostumados com essa forma de contar uma história, e a certo ponto essas idas e vindas na ordem cronológica quase chegam a ficar cansativas.
Barfi! mistura tudo de bom que um longa-metragem pode oferecer: uma história singular, gentil e muito emocionante, uma trilha sonora que acrescenta profundidade e que representa os seus personagens, e um final que tive que rever umas 3 vezes para entender — porque meus olhos estavam tão embaçados de lágrimas que nem deu para prestar atenção direito.
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