Quatro pessoas que, entre idas e vindas, têm relacionamentos que se interligam e retratam no que a mistura de ego, amor e narcisismo podem resultar: um amor volátil. Closer, cuja versão brasileira adiciona o subtítulo “Perto Demais”, é sobre como relacionamentos não necessariamente são sinônimos de intimidade. Estar perto fisicamente não anula a distância psicológica nos casais. Lançado em 2004, Closer – Perto Demais conta com um elenco de peso, como Natalie Portman, Jude Law e Julia Roberts.
O filme se inicia com Daniel (Jude Law) esbarrando em Alice (Natalie Portman) na rua e, um pouco depois, os dois começam um relacionamento. Sem nos dar uma grande noção de passagem do tempo e da construção do namoro, em seguida vamos Daniel buscando a admiração e idolatria de outra mulher, Anna (Julia Roberts). É em meio a traições e inverdades nas relações amorosas que a obra começa a se desenrolar.
Em várias personificações do narcisismo, Closer – Perto Demais traz diversos delírios egocentristas em cada um dos seus personagens. Um prato cheio para a Psicanálise, o longa se resume (grosseiramente) a um emaranhado de complicações, nas quais existe pouca distinção, por parte dos personagens, entre o que é amor e o que é ego, acometidos por narcisismo e, em alguns momentos, inocência. Um narcisismo tão intenso que (pequeno spoiler) quando Daniel se vê sem nenhuma das duas mulheres que, supostamente, o amaram, ele se encontra em um momento de descrença para com a vida.
Outro ponto interessante de destacar são as relações de poder dentro dos relacionamentos do longa. Fica escancarada a relação de posse que existe, quase como se fossem objetos, especialmente dos homens para com as mulheres, nos relacionamentos retratados (eventualmente todos acabam se relacionando de alguma forma). Chega a ter uma cena em que os dois homens discutem quem já ficou com quem, como se Anna e Alice fossem conquistas para se vangloriarem, alimentando seus próprios egos.
Em termos de formato, a construção dos relacionamentos não fica muito explícita. Seja por querer destacar a fragilidades dos namoros/casamentos, seja para mostrar que não havia intimidade nos casais, apenas vemos alguns pontos mais polêmicos das relações e isso é um pouco estranho no começo, mas com o passar do filme acostuma.
(Este parágrafo contém spoilers!) Por fim, queria destacar que o ápice de Closer – Perto Demais, para mim, foi uma das cenas finais: Daniel percebe que ele nunca soube de fato com quem ele se relacionou, pois, mesmo com 4 anos de namoro, ele descobre que não sabia o real nome de Alice.
Sem um clímax bem definido, Closer – Perto Demais tem um ritmo mais contemplativo e um pouco confuso, mas que vale assistir pela reflexão e pelo nó na cabeça.
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