O drama coreano de ficção científica O Mar da Tranquilidade chegou na plataforma de streaming Netflix quase como um presente de Natal — e me deixou especialmente feliz, já que tenho uma queda pelo ator Gong Yoo (Invasão Zumbi, Round 6, Goblin), um dos protagonistas da trama. Ao longo de 8 episódios de até 50 minutos, acompanhamos um grupo de astronautas em uma misteriosa e perigosa missão na Lua para recuperar amostras de uma estação abandonada.
O Mar da Tranquilidade é baseado num curta-metragem de 2014 dirigido por Choi Hang Yong, que também está à frente do drama. A direção de Hang Yong mostrou para que veio nos seus cenários e ambientação. Eu consegui sentir o desespero de viver num mundo distópico (mas nem tão distante assim), de viver em uma situação de completa escassez de recursos hídricos e dentro de um clima desértico. Nesse cenário, o local é imenso e repleto de detalhes e a construção de uma estação espacial comprova ainda mais um acerto da direção de arte. Eu me perderia facilmente dentro desse lugar.
Depois de uma introdução demasiadamente longa aos meus olhos e episódios relativamente curtos para dramas coreanos, senti que houve dificuldade para criar uma narrativa potente capaz de prender o espectador. Apesar disso, a trama aos poucos vai mostrando os seus mistérios e cria um clima de suspense bem gostoso. A série conduz a sua narrativa de maneira inteligente, confiando que o espectador consiga manter as linhas narrativas de cada personagem, sem precisar do famoso flashback. A edição também é usada ao seu favor, já que nossos protagonistas passam grande parte da história divididos em grupos espalhados dentro da base, dando um efeito dinâmico.
O mistério e aquela estranha sensação de que algo muito errado vai acontecer estão entre os maiores feitos do roteiro, aquele temor de lidar com o desconhecido foi o que me prendeu ao drama até o último minuto. O elenco faz um bom trabalho dentro do que era possível nos seus papéis, mas alguns personagens mereciam mais desenvolvimento, visto que alguns não tinham nenhuma narrativa sequer fora da trama principal.
O Mar da Tranquilidade está longe de ser tranquilo e, mesmo com uma introdução extensa, o drama se mostra eficiente no que ele se propôs a fazer, com bons elementos de mistério, ficção científica e um clímax bastante satisfatório. Tenho minhas dúvidas sobre a possibilidade de uma segunda temporada, mas acho que daria uma chance caso houvesse.
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