A quinta temporada de Queer Eye estreou mundialmente na Netflix em 5 de junho. É a primeira a se passar na Pensilvânia, que fica no nordeste dos Estados Unidos, mais perto de Nova York. As quatro anteriores ficavam mais concentradas nos estados do sul e meio-oeste, conhecidos por serem mais conservadores: Kansas, Missouri, Georgia. Essa também talvez seja a temporada mais emocionante. Ou pode ser só a saudade falando.
O Fab5 (ou os “cinco fabulosos”, em bom português) tem um novo loft na Filadélfia e um novo cachorro chamado Walter — Bruley, o buldogue francês que fez companhia a eles nas últimas duas temporadas, faleceu em 2019. E o quinteto se supera mais a cada episódio.
O trailer da temporada fala, por cima, de três dos dez (!) heróis:
- Noah é um pastor branco de meia-idade que tem dificuldades para aceitar que só se assumiu gay mais tarde na vida, acreditando que por isso está falhando como líder da sua comunidade.
- Rahanna é uma mulher negra que trabalha com tosa e cuidando da aparência de cachorros em geral. Além de se sentir insegura por ser muito alta, enfrentou várias dificuldades inesperadas nos últimos anos que abalaram sua moral.
- Lilly é uma coreana-americana de primeira geração que acabou de completar sua residência em pediatria. Ela se sente insegura como mulher e como mãe, inclusive porque sua filha pequena ficou sob os cuidados apenas do marido enquanto ela estudava.
Desde o primeiro episódio, que é justamente o de Noah, a temporada é impecável. Todas as anteriores também foram, na verdade, mas a impressão é que a série continua evoluindo e se tornando uma versão cada vez melhor de si mesma. As propostas de transformação dos heróis são ainda mais ousadas que as que já vimos, particularmente no que diz respeito aos lugares que serão reformados, e nisso Bobby se supera a cada episódio.
Mais importante que isso, porém, é que as histórias de muitos deles também se conectam profundamente com a trajetória de cada integrante do Fab5, o que rende a Queer Eye alguns momentos com trocas emocionantes. Alguns deles são figuras centrais de suas comunidades, o que faz com que as transformações, além da vida dos heróis, também tenham impacto nas próprias comunidades.
(a partir daqui, vou falar um pouco de cada um dos heróis que não apareceram no trailer, então, se não quiser saber nada sobre eles, pule para o “fim dos spoilers”!)
Kevin está divorciado há vários anos e é melhor amigo não só da ex-esposa como também do atual namorado dela. Agora, sua filha, que mora com ele, vai se casar, e ele precisa aprender a se sentir dono do espaço e confortável sozinho.
Tyreek já morou na rua, passou por várias necessidades e problemas familiares e agora, com um emprego mais estável, enfrenta algumas dificuldades para se encontrar. Ele também precisa fazer as pazes com algumas coisas do passado.
Abby tem seus 18 anos e, no ano entre a escola e a faculdade, é ativista em tempo integral. Ela mora com amigos que fazem parte da mesma organização, não sabe dedicar tempo a ela mesma e é extremamente ansiosa.
Ryan trabalha no negócio da família durante o dia e à noite faz o que realmente ama: é DJ há mais de 15 anos. Mas, aos 37 anos, ele também se sente inseguro por ainda não ter construído sua própria família nem arrumado muito bem a própria vida.
Jennifer é a maior supermãe: criou três filhas, trabalha o dia inteiro e, ao chegar em casa, cuida da casa e do marido, que tem uma rara doença degenerativa. Ao mesmo tempo altruísta e controladora, ela sempre cuida dos outros e nunca deixa que ninguém faça nada por ela — nem ela mesma.
Marcos migrou do México para os Estados Unidos com a esposa Alma há 20 anos. Desde então, os dois aprenderam inglês, criaram quatro filhos e mantêm uma peixaria no mercado italiano. Ele trabalha demais e isso afeta negativamente sua relação com a família, especialmente agora, que também quer abrir seu próprio restaurante.
E Nate é personal trainer e dono de uma academia cujos clientes e alunos fiéis o acompanham há muito tempo. Mas, também há muito, ele vive para a academia, negligenciando suas relações com outras pessoas e consigo mesmo. Parece ter criado uma barreira impenetrável em volta de si.
Os maiores exemplos de figuras centrais de suas comunidades talvez sejam Abby, Nate e o próprio Noah. E Bobby é o que mais se conecta com vários dos heróis da temporada, tanto por seu passado traumático na igreja quanto por sua trajetória, que vai da pobreza até se tornar um empresário de sucesso. O episódio de Tyreek é bem especial nesse sentido.
(fim dos spoilers)
Uma mudança curiosa dessa temporada em relação às anteriores é que é a primeira em que ninguém se mostra surpreso em ter “passado uma semana na companhia de cinco homens gays”. À medida que os cinco alcançam novos patamares de fama mundial e se distanciam do sul do país, parece que não encontramos mais tanto choque na convivência com alguns heróis e eles podem somente ser quem são: as cinco pessoas especialistas que estão ali para criar conexões e transformar a sua vida.
Mais longa que o normal, com 10 episódios, a nova temporada de Queer Eye é uma oportunidade para parar e respirar em meio ao pandemônio em que se encontra o mundo. Conhecemos, junto com o Fab5, pessoas especiais e inspiradoras que se parecem conosco e com eles. Pessoas que, acima de tudo, nos motivam a lutar por mudanças no mundo e em nós mesmos.
O que me parece é que essa é a temporada em que todo mundo que chegou até aqui ileso vai chorar em algum momento. Pra mim, foi o episódio da Lilly. Mesmo com trajetórias e objetivos de vida completamente diferentes, os sentimentos e inseguranças dela pareciam saídos diretamente da minha própria terapia.
E você, se viu mais em qual herói da quinta temporada de Queer Eye?
Confira também as Opiniões Sinceras da Drea sobre todas as outras temporadas de Queer Eye:
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