Dentro do universo cinematográfico há filmes que são considerados “clássicos”, aquele tipo que você tem que assistir antes de morrer e, caso ainda não tenha assistido, as pessoas reagem com “como assim você nunca assistiu?”. Os filmes de Rocky Balboa com certeza estão nessa categoria e, para a felicidade de todos, toda a série foi disponibilizada na Netflix — inclusive os spin-offs Creed I e II, protagonizados pelo filho do vilão do primeiro filme.
Eu nunca tinha visto nenhum filme da série Rocky, mas sempre fui bombardeado de referências a ele, seja em outros filmes e séries ou através de comentários de amigos e outras pessoas sobre alguma cena ou ensinamento que a obra lhes trouxe. E pela relevância, até histórica, sempre fiquei bem curioso para vê-los. Portanto, com o lançamento de todos os 6 filmes originais e dos 2 spin-offs na Netflix, resolvi maratoná-los de uma só vez.
Meus planos acabaram indo por água abaixo, mas por um bom motivo: acabei gostando tanto do primeiro filme que resolvi fazer uma Opinião Sincera dedicada a ele. Rocky: Um Lutador mostra mais do que um simples boxeador em busca de superação.
Como amante do mundo do cinema de forma geral e sem muitos preconceitos com gêneros, consigo separar bem os filmes em caixinhas, procurando extrair o melhor de cada peça criativa. Há filmes que são claramente para puro entretenimento, onde atentar-se a detalhes mais técnicos só atrapalha a experiência de apreciá-los, vide a série Velozes e Furiosos. Também existem filmes tão bem pensados que, se não formos “técnicos” ao assistirmos, não entenderemos tudo que os roteiristas e diretores planejaram transmitir, como os de Hitchcock e Kubrick. Mas creio que há obras cinematográficas que conseguem atingir o equilíbrio entre esses dois mundos, e vão até além! Elas nos passam ensinamentos (muitas vezes não tão explícitos) que podem mudar nossa perspectiva sobre a vida, transmitem lições que nos tornam seres humanos melhores e mais completos, passam o tipo de mensagem que só escutaríamos dos nossos pais, avós ou gente com muito mais experiência no jogo da vida. Creio que nessa seara de obras transformadoras podemos usar como exemplos Sociedade dos Poetas Mortos e, obviamente, Rocky.
Hoje em dia sinto que é cada vez mais escasso o número de obras com esse significado. Sinto cada vez mais falta de filmes que nos tornem melhores, que busquem nos engrandecer como indivíduos e que mudem para melhor a forma como enxergamos o mundo. Rocky é o tipo de filme que todo pai gostaria de assistir com seu filho. Durante suas 2h e 2min, há lições muito valiosas e que todo adolescente imaturo escuta ou escutou dos seus pais. Entre elas, a importância de ter amizades que agreguem, o valor da família, a busca por excelência, a jornada para a recompensa desse esforço, entre diversas outras coisas que só as vivências individuais poderão extrair. Mas o mais importante é que Rocky, através do clássico personagem “underdog”, mostra que as motivações de uma pessoa dizem tudo sobre ela, inclusive o que consegue conquistar a partir desses valores fundamentais.
O personagem do Rocky Balboa, vivido pelo ainda jovem Sylvester Stallone, é muito fácil de se conectar. É um boxeador comum, sem aparentar ter grandes talentos, e que vive entre lutas e bicos para um agiota na Filadélfia. Ele aparenta até ser meio ingênuo e muitas vezes “bonzinho demais”. Mas a chance da sua vida acaba caindo em seu colo e ele, que a princípio hesita em aceitar, acaba encarando. É a partir dessa jornada de crescimento, de prova pessoal, de ter a pele em risco, que toda a trama se desenrola. Mostrando que para ser um vencedor, seja na vida ou nos esportes, não basta talento. Deve haver uma pesada dose de dedicação, foco, inovação para evoluir, sacrifícios pessoais, disciplina e o mais importante: ter as engrenagens certas te movendo, ou seja, a motivação por trás de cada ação em busca do seu objetivo. E aqui peço liberdade para criar uma reflexão. Muitas vezes, devido à nossa rotina, à correria do dia a dia e até à falta de tempo para cuidar de nós mesmos, acabamos esquecendo ou até nos perdendo do nosso propósito. É por isso que precisamos de desafios e sempre sair da nossa zona de conforto, para nos reconectar a ele, pois só assim conseguiremos ter uma régua para medir o que realmente vale a pena.
Por isso os filmes da série Rocky são tão adorados: pois cada indivíduo que os vê imprime as suas experiências pessoais na trama, o que acaba criando um elo emocional com o telespectador. Pois Rocky é nada mais do que um espelho de quem está assistindo, e cada narrativa da trama é um paralelo com elementos da sua vida.
Veja Rocky e reflita: qual o seu propósito? O que te move?
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