Às vezes é preciso dar um passo para trás e olhar um pouco mais de longe para entender melhor. Rua do Medo: 1978 – Parte 2 demostra isso sobre o mistério de Sarah Fier, que ronda Shadyside. Quando Deena (Kiara Madeira) vai em busca de C. Berman, a única sobrevivente da maldição, para obter respostas sobre como salvar Sam, voltamos no tempo para os acontecimentos a partir do dia 12 de julho de 1978. O primeiro dia do acampamento de verão prometia ser como qualquer outro para C. Berman, mas acarretou a morte de várias pessoas, inclusive de sua irmã.
Se em Rua do Medo: 1994 – Parte 1 a tentativa de gerar um temor acerca de Shadyside estava completamente fadada ao fracasso, em Rua do Medo: 1978 – Parte 2 a ideia de maldição é construída com mais ímpeto. Ziggy (Sadie Sink) e Cindy Berman (Emily Rudd) são as principais a construir todo o mistério da maldição de que ninguém consegue sair de Shadyside. Me fez lembrar até um pouco de Dark, nesse quesito.
Ziggy e Cindy são irmãs que não se dão nada bem, estando em constante conflito. Principalmente por uma se encontrar em completa negação em relação a tudo que ocorre em volta e a outra ser completamente realista, às vezes até pessimista demais. Enquanto Ziggy vive arrumando confusão no acampamento, Cindy foge de qualquer confusão, fazendo tudo “certinho” para, quem sabe, conseguir finalmente sair de Shadyside.
Somos apresentados à mãe de Ruby Lane, enfermeira Mary Lane (Jordana Spiro), que tem que viver escutando piadas sobre sua filha – a assassina que cantava enquanto matava suas vítimas – ter sido possuída pela bruxa Sarah Fier. Desde a morte de sua filha, ela tenta descobrir uma forma de parar a maldição e impedir que outras pessoas sofram o mesmo destino.
Tendo como guia de suas ações uma espécie de diário que repassa toda a história de Sarah Fier, Lane descobre que Tommy Slater (McCabe Slye), namorado de Cindy Berman, é o próximo a ser possuído por Sarah e, portanto, o próximo assassino em série de Shadyside. Ela tenta matá-lo para impedir que isso aconteça, mas não consegue e acaba morrendo. Fica subentendido, então, que a escolha de Sarah Fier sobre quem possuir é feita de forma aleatória, algo que não tinha sido bem explicado no primeiro filme, mas que foi esclarecido nesse.
Cindy Berman procura entender o que levou a enfermeira Lane a tentar assassinar Tommy, certa de que terá sido devido a uso de drogas. Isso, com a ajuda de Alice (Ryan Simpkins) e o diário da enfermeira Lane, ocasiona diversas situações que a farão sair do estado de negação em que se encontra. Enquanto isso, Ziggy está tentando se vingar de Sheila (Chiara Aurelia) com a ajuda de Nick Goode (Ted Sutherland), futuro delegado de Sunnyvale.
A tensão é construída desde o início, mesmo não havendo mortes no primeiro minuto como no primeiro filme. Aqui, tudo foi potencializado: o mistério, o terror, o suspense. E, mesmo sabendo que a irmã de C. Berman vai morrer no final, ainda acabamos torcendo para que isso não aconteça, que haja uma falha na Matrix, mas não há. Entramos com Cindy onde se encontra o coração da maldição e, de certo modo, o lar de Sarah Fier. E descobrimos o que talvez possa fazer com que a maldição finalmente seja interrompida.
A sensação que fica sobre Rua do Medo: 1978 – Parte 2 é que poderia tranquilamente ser um filme independente, por ter um enredo bem construído e ter outros personagens como foco. O longa permite que conheçamos um pouco mais sobre o atrito existente entre os moradores de Sunnyvale e Shadyside, que já dura anos e vai além de uma birra entre vizinhos.
A pergunta central sobre a motivação de Sarah Fier promete ser respondida em Rua do Medo: 1666 – Parte 3, apesar de estar subentendido desde o início que é sede de vingança por ter sido morta por praticar bruxaria em 1666. Acredito, no entanto, que talvez haja uma grande reviravolta nos esperando no final dessa trilogia.
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